sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Capítulo 7:

Ela tinha a pela clara, como se não visse o sol há muito, seu rosto era uma beleza exótica, com traços diferentes do comum. Vestia-se com uma roupa diferente também que lembrava os trajes da marinha de Oir, branca e vermelha. Abaixo do decote que exibia parte dos seios pendia um grande laço e por cima do cabelo preto havia uma fina tiara dourada.
- O que aconteceu com ele? - Ela perguntou em sotaque diferente do de Bella com uma calma impressionante na voz.
- Nós também não sabemos. - Lwj’zah respondeu. - Parece envenenamento, mas é diferente de tudo que eu já vi.
- Passamos por uma caverna onde enfrentamos um dragão. - Rapir tentou impressionar as garotas. - Pode ter sido isso talvez.
A mulher reparou na grande placa ogival brilhante que Syad levava.
- Bafo de dragão. - Deduziu. - Vocês entraram na gruta do dragão? - A voz dela começou a perder a calma.
- Sim. Uma grande caverna. - Code confessou.
- E tiraram o meu lacre?
- Eu o tirei. - O Herege interveio.
- E quem mandou vocês fazerem isso? - A voz dela explodiu em agressão. - Vai dar trabalho fazer o feitiço novamente.
- Não foi muito difícil tirá-lo. - O Herege zombou mantendo a calma e o tom irônico.
- Não é hora para brigas. - Rapir interveio firme. - Será que você pode nos ajudar? - Dirigiu-se à ela com delicadeza.
- Duvido que possa ajudar. - O Herege resmungou baixo.
- Vou ajudar o seu amigo. - Aceitou a provocação. - Foi sorte vocês terem me encontrado. Mais algumas horas ele estaria perdido e o senhor mago assistiria a morte dele sem poder fazer nada. O tratamento total para retirar completamente a toxina é demorado.
No jardim da grande casa, os cinco debatiam enquanto já começava a escurecer.
- Temos que seguir viagem. Nós já estamos atrasados. - O Herege argumentou.
- E deixar ele na mão de estranhos? - Perguntou Code.
- Elas parecem confiáveis. - Disse Rapir.
- Eu confio mais nelas do que no próprio Rato. - Constatou Syad.
- Eu não confio nela. - Disse o Herege.
- Ainda temos que pegar a carroça. - Lembrou Syad.
- Pelos Deuses. - Code disse. - Tinha esquecido a maldita carroça.
- Vamos seguir viagem. E depois voltamos para buscá-lo. Não podemos ficar esperando aqui. - Ultimou Lwj’zah.

Bella os levou de volta para os portões da cidade. No caminho explicou rapidamente que Andoresa veio de além-mar, do oriente junto com a sua prima. As duas sabiam os mistérios da magia, mas a prima se corrompeu e caiu em uma maldição que a transformou num terrível demônio. Herege nada disse, mas já conhecia a história.
Ao chegar ao portão, devolveu as duas peças de prata para Syad, afirmando que o chapéu era um presente. E assim eles partiram, deixando mais uma cidade e dessa vez um companheiro para trás.

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