sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Capítulo 6:

Herege e Rapir saíram do lago e viram o monstro levantar voo e dar um rasante na direção de Code, Lwj’zah o agarrou jogando-se com ele ao chão para desviar do golpe.
Syad subia correndo por uma pedra, procurando um lugar alto o suficiente.
O monstro novamente pousou e Herege tocou a mão molhada no chão, e proferiu rapidamente uma frase fazendo uma densa coluna de terra levantar-se e entrar novamente no chão, formando um arco que passava por cima da pata do dragão, prendendo-o ao solo.
O dragão bateu as asas tentando levantar voo novamente sem sucesso. O bater de asas era tão forte que jogou uma grande quantidade de terra contra Lwj’zah e Code.
- Ataquem pela direita! - Gritou Code protegendo os olhos.
Syad alcançou o topo de uma rocha alta, olhou pra baixo e viu o dragão. Não o alcançaria dali. Pendurou a besta nas costas. Fitou as garras do monstro lobo fixadas em suas manoplas.
- Tá na hora de ver do que essa belezinha é capaz.
Voltou alguns metros, correu pegando impulso e saltou.

O dragão guinchava e atrás dele surgiu uma pequena figura como que voando com um esvoaçante sobretudo. Dos braços esticados se projetavam garras negras.
O pequeno aterrissou nas costas do gigante que se debateu e com um golpe com as garras destruiu a pedra que o prendia ao solo. O dragão levantou voo novamente e Syad fincou as garras nas escamas das costas. Sacou a besta, mirando numa pedra alta pressionou um segundo gatilho atirando uma seta com a ponta em formato de arco e um fio muito mais fino do que qualquer corda, que se revelou muito mais resistente do que aparentava.
O projétil se fixou na pedra e Syad segurou firme na corda, deixando as costas do dragão com um movimento de pêndulo.
A escama que Syad prendera a garra soltou-se com o puxão e voou em direção ao solo.
O dragão guinchou de dor. Poderia parecer inofensivo, mas as garras eram armas místicas e causavam danos agravados.
O dragão desgovernou-se e atingiu violentamente o teto da caverna provocando um grande tremor que fez o gancho de Syad se soltar arremessando-o no ar.
Syad chocou-se contra a parede e caiu atordoado, a altura não era fatal, mas ainda assim foi uma bela queda.
Mais estacas precipitaram-se como chuva.
Rapir correu desviando dos projéteis e agarrou a grande escama verde e segurou-a sobre a cabeça, protegendo-se. Ainda sob a proteção da escama, levantou Syad.
- Achei uma saída. - Disse o Herege do outro lado da caverna. - Por aqui.
- Nós não podemos com ele. Temos que sair daqui! - Gritou Code.
A saída era um túnel, como o local pelo que eles entraram e próximo a ela encontraram o Rato de joelhos, pressionando a barriga e vomitando sangue. Conseguiram correr e entraram, o dragão tentou acompanha-los, mas o túnel era estreito e ele só conseguia enfiar a mão com garras gigantes, mas não encontrou nada ao seu alcance.
Os viajantes puderam prosseguir caminho. Mais à frente encontraram outra porta como a do outro lado.
Herege a abriu e eles puderam sair. Saíram da caverna e estavam seguros.

A chuva deu uma trégua aos viajantes. Syad tirou o mapa do sobretudo e analisou-o.
De onde estavam podiam avistar a cidade mais próxima.
Rato parecia mal. Estava cada vez mais pálido.
- Está com cara de envenenamento. - Diagnosticou Lwj’zah.
- Temos que levá-lo para a cidade rápido. - Disse Rapir.
- Vamos levá-lo, mas logo depois precisamos voltar para pegar a carroça. - Syad preocupou-se.

Os seis apressaram-se e em pouco menos de uma hora chegaram à cidade. Era uma cidade de médio porte e era visível a diferença cultural dos países do Império. Desde a arquitetura até a moda e costumes.
A rua que se seguia dos portões da cidade levavam à praça central que era movimentada e a pequena feira não vendia peixes devido à grande distância do litoral. Em contrapartida havia uma grande sorte de frutas e carnes, provindas das grandes fazendas do local.
Syad acomodou a grande escama verde na parede, e olhava calculando as possibilidades. Estava feliz pela nova descoberta. Sentiu algo na sua cabeça e com o susto virou o corpo bruscamente, viu uma bela jovem, não abandonara a infância há muito e vestia roupas não muito conservadoras, exibindo as pernas fortes e barriga de pele escura. O cabelo cacheado acima do ombro lhe dava um toque mais infantil ainda.
- Combinou com você. - Ela disse em tom juvenil e carregado do sotaque local.
Levando a mão à cabeça Syad compreendeu que se tratava de um chapéu, tirou-o para poder ver. Era um chapéu simples, mas bonito e bem cosido marrom combinava com o sobretudo.
- É muito bonito.
- Eu sabia. Vocês não são daqui. - O sotaque diferente foi a confirmação.
- Não. Sou de Teros.
- O que o traz à essa cidade? Nós raramente recebemos viajantes do lado de lá.
- Nosso amigo precisa de ajuda. - Apontou para o outro lado da praça onde Rapir, carregando Rato conversava com um guarda.
- Se você comprar o chapéu eu posso ajudar vocês. - Disse e deu uma piscada.
- Vamos ver espertinha. - Syad futucou o bolso do sobre tudo e tirou uma bolsa de moedas. - Duas peças de prata. É mais do que o suficiente. - A quantia era muito superior ao valor do chapéu, mas Syad simpatizou pela garota.
Os dois foram em direção aos outros. A garota deu uma rápida olhada em Rato. Suas veias saltavam, e assumiram uma coloração negra. Seguiu caminho, conduzindo-os pelas ruelas da cidade entre casas de madeira em sua totalidade.
Entraram em uma casa grande e imponente.

A casa era tão bonita por dentro quanto por fora, os móveis bem talhados e as estantes eram cheias de livros. Uma mulher que lia algo estava sentada em uma cadeira e não se virou para dizer:
- Trouxe visitas Bella?
- Acho que você vai achar isso aqui interessante Andoresa.

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