sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Imagens inéditas dos personagens !

Vejam se conseguem identificar cada um dos mostrados abaixo !

















Derf, Rato,Nän, Fome, Morte,Rapir, Pan, Lwj’zah, Code e Bella (: Leia Mais

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fliperama - Replay - Final Fantasy Tactics



Sempre quis fazer uma análise do jogo que, para mim, é o melhor de todos os tempos. Um jogo que eu já terminei mais de dez vezes, não envelhece e tem muitas horas de vida. Final Fantasy Tactics é o maior jogo desse gênero pouco valorizado, especialmente no ocidente. Os assim chamados jogos táticos são jogos de combate por turnos, onde grupos de inimigos se enfrentam em um terreno tridimensional e limitado, lembrando um tabuleiro de xadrez.

Primeiro ponto de destaque é a trama. A Square já é famosa por suas tramas incríveis em quase todos os jogos da franquia, mas FFT, por ser um jogo que remete mais ao medieval, foge um pouco da caraterística fantástica. Não que faltem magias e monstros, mas o enredo e a trama são basicamente política e disputa de poder, e muito bem feita. Muitas reviravoltas, você não sabe bem quem é aliado ou inimigo, certo ou errado, durante a guerra que se alastra pelo game todo. E o protagonista, que começa ingênuo vai entendo melhor quem é que está atrás das cortinas junto com o jogador, e tem um progresso muito interessante.

O sistema de batalhas é ótimo e funcional. Você tem direito a duas ações: Uma de movimento e uma de ação (por falta de uma palavra melhor). Movimentos não são muitos complexos, apenas cada personagem pode se mover X quadrados em qualquer direção e pular uma altura Y. As ações são as mais diversas possíveis, por causa do sistema de Jobs.

Esse sistema não é inédito na franquia, mas casa perfeitamente com o rpg tático. Cada Job tem pelo menos 10 técnicas diferentes, o q te dá um leque de opções fenomenal na criação do personagem. Cada um ainda pode usar as habilidades de um Job secundário, sem mudar o Job do personagem em si. Dentre eles temos o cavaleiro, arqueiro, monge, mago negro, lancer, ninja, summoner, entre outros. Algumas classes só são selecionáveis depois de conseguir certos níveis em classes mais básicas. Personagens inimigos e alguns aliados apresentam classes especiais e únicas, como o caso de Cloud de FF7 que faz uma bela participação especial.

Existem alguns pontos negativos no jogo, porém eu considero apenas um válido, afinal o jogo tem seus 13 anos de vida. As músicas do jogo são limitadíssimas, repetitivas e irritantes. Porém é completamente viável ouvir uma música e deixar o volume no mínimo, perdendo apenas uns poucos efeitos de som dos golpes. Outro ponto fraco é a falta de voz nos personagens, porém na época eram raros os rpgs com vozes. Porém é mais um incentivo pra ligar sua música favorita enquanto o jogo rola. Os gráficos são bem razoáveis, porém um pouco infantis, e os personagens não tem nariz. O que eu nunca achei um problema, vejam bem... narizes são toscos mesmo.
Porém os efeitos dos golpes são satisfatórios e mesmo os summons sendo desenhos estáticos são bacanas. (Odin cortando os inimigos sai até um sanguinho legal)

Finalizando, eu quero um remake desse jogo. =P
Refizeram ele com muitas poucas novidades para o psp, com 2 classes novas e 2 personagens inéditos, além de umas poucas cenas animadas. Nada que tenha me empolgado a jogar numa tela menor. Então eu fiquei hiper feliz quando o jogo saiu na psn por 5 dólares, e baixei na mesma hora, e estou jogando. Por mim virava filme, anime, série, e tudo o que puder. Se algum jogo merece nota 10, é esse. E olha q se não fosse a trilha sonora, seria 11.


"Existe um fluxo... eu apenas estou indo contra ele."

Cotação:


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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Teaser Capítulo 11

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Capítulo 10:

O vento soprava forte, estava frio e a chuva caia intensamente. Sua roupa estava pesada e suja.

Aquela lâmina dourada apontada para sua garganta significava morte. Seu nariz sangrava, quebrou-se no último golpe.

- Onde está o garoto? - Ouviu uma voz rouca. Nada respondeu.

Responderam por ele.

- Está aqui. - Uma voz feminina, imponente, foi ouvida ao longe.

A aberração virou-se rapidamente, como um lobo faminto olhando carne fresca.

Ali estava a bela garota com seus cabelos negros. Era jovem, porém tinha o rosto sóbrio.

Não demonstrou o menor sinal de desconforto com a aparência do guerreiro.

Ao seu lado estava uma criança, com uma capa marrom, seu cabelo longo e ruivo.

Esqueceu o bardo largado no chão, e avançou ferozmente sobre os dois, seu alvo era aquele garoto.

Enquanto se aproximava a garota recitava palavras incompreensíveis, paralisando-o.

Seu corpo não respondia mais, a espada caiu na terra molhada.

- Então você é Peste? É tudo que eu precisava saber. - Ela se aproximou repetindo palavras incompreensíveis, e com um gesto de mãos puxou uma aura negra, que se transformou em massa.

O guerreiro caiu ao chão, desacordado. Foi se curando quase que instantaneamente, revelando um conhecido rosto. Era Rike, o guerreiro jovem que alcançou destaque ao recuperar o item lendário do Reino da Chuva: a Espada Dourada.

Frio. Úmido. Ramy. Ela me abraça. Quente. Algo negro a envolve. E penetra pela sua pele, abrindo buracos, por onde sangue esguicha. Ela grita de dor. Não estou mais lá, mas continuo assistindo. Ela começa a se deteriorar, sua pele clara e macia fica acinzentada e morta, seus longos cabelos negros e lisos se quebram como vidro. Seus olhos tornam-se vermelhos. Seus dentes apodrecem e viram presas.

Gelado. Molhado. Áspero. A escuridão se rompe. Um bichano está lambendo meu nariz.

Foi tudo um sonho. Minha cabeça dói. Não reconheço o lugar. Um grande quarto. O chão é de madeira pura, mas eu estou em uma cama confortável. Não consigo me mover, mas daqui vejo que o chão é repleto de desenhos e marcas. Vejo prateleiras cheias de frascos, amuletos e livros. Uma criança ruiva esta me encarando do outro lado do quarto sentado em uma cadeira de balanço que range significativamente a cada movimento. Ouço vozes vindas de fora. Passos vão se aproximando.

O bardo agora estava limpo, após lavar-se em um tonel de madeira com água devidamente aquecida. Ele acompanhava a garota subindo por uma grande escadaria em espiral.

- Você vai ou não vai me explicar o que aconteceu?

- Vou. Mas vou esperar nosso hóspede acordar para explicar uma só vez.

- Por que o trouxemos?

- Sai daí Gato! - Com um movimento espantou o gato de cima da cama.

- Ele acordou. - Disse o menino da cadeira de balanço.

- Mas ainda não pode se mover pelo que vejo. - Constatou a garota.

- Que gracinha ele. - O gato agora deslizava pelo pé do bardo. - Como se chama?

- Gato.

- Eu sei que é um gato. Mas qual o nome?

- O gato se chama Gato.

O cavaleiro real conhecido como Rike estava vestido com roupas estranhas, tinha sido recebido com hospitalidade, mas ainda estava desconfiado, não se lembrava de nada. Só que acordou com uma imensa dor de cabeça e a mãe de todas as fomes. Devorava um pedaço de pão oferecido pela garota.

- Agora acho que você já pode nos dizer o que diabos aconteceu? - O bardo preparava o curativo do rosto.

- Pois bem senhores. Meu nome é Pan. Isso - a garota falou mostrando um frasco de vidro que continha um estranho tipo de vida, uma pequena massa negra, como uma gosma que se movia freneticamente. -É uma entidade, conhecida como Peste, é um dos quatro lacaios do Divino. É o que estava atrás dessa criança. Agora você precisa me dizer: o que faz com ela? Não vai querer nos enganar e dizer que é um simples músico e ele é seu pajem.

- É a mais pura verdade. - Ela apenas o encarou seriamente. - Eu não sei nada sobre ele. É só mais um trabalho. Seria o último, trabalho grande, pagamento alto.

- Então você é um mercenário? Pode se dizer então que um nobre é o seu contratante?

- Talvez. Ele não se identificou. Preferiu ficar anônimo. Nem seu rosto eu vi. E que história é essa de divino?

- É um mago muito poderoso, temo que seja o mais poderoso. Ele materializou quatro entidades poderosas, frutos de suas experiências mágicas. Creio que essa seja uma delas.

- Então na verdade não era ele que estava atrás do garoto, - falou se referindo ao guerreiro. - ele estava só sendo controlado por isso?

- Exato. Creio que cada um deles tenha a sua particularidade, esse atua como um parasita. Ele começa degenerando o hospedeiro, mas seu poder estende-se incontrolavelmente. Em pouco tempo toda a fauna e flora estava sendo afetada pela peste.

- E agora que foi neutralizada tudo vai voltando ao normal pelo que pude perceber.

- Exato.

- Do que vocês estão falando? - O cavaleiro estava desnorteado.

- Não se lembra de nada? - O bardo perguntou.

- Não. - Respondeu.

- Isso é por que outra alma possuiu seu corpo, como eu suspeitava você não foi responsável por suas ações.

- Espere... O rei. Conspiravam contra ele. Disseram que iram matá-lo! Precisamos impedi-los.

- Calma cavaleiro. - Ela segurou-o pelo braço. - É tarde demais para isso, o rei está morto.

- Morto? Não é possível. Você mente! - Inconformou-se.

- Não é hora para isso. Eu poderia evocar sua alma nesse momento se fosse preciso. - Ela disse firme.

- Eu jurei que iria protegê-lo e agora ele está morto! - Lamentou-se Rike.

- Você não pode ajuda-lo, nem poderia, mas pode cooperar conosco. Diga-nos do que se lembra.

Ele forçou-se, mas não conseguia lembrar-se de nada.

- Há um feitiço chamado Toque da Alma, com isso eu posso rever o que você viu. Você permitiria que eu sondasse sua mente?

- Se for para ajudar a vingar a morte do rei eu permito.

Poucos minutos depois os preparos para o feitiço estavam prontos. Era um feitiço simples, se comparado a outros da linha da necromancia. O necromante precisava apenas de um objeto pertencente ao alvo, ou o próprio e então poderia investigar impressões deixadas.

- Você andava pelo castelo, - disse ela de olhos fechados - seria nomeado conselheiro do rei, encontrou o príncipe Nän e Artis, um sacerdote membro da nobreza. Havia também uma terceira pessoa que nós dois desconhecemos, mas nada disse o tempo todo. Falavam de frente para o espelho, como se conversassem com ele. Uma criatura surgiu rapidamente e o nocauteou. Divino! Era ele no espelho, tenho certeza. - Ela afirmou saindo do transe. - Provavelmente depois disso você entrou em contato com a Peste.

- Você estava atrás do garoto. - O bardo lembrou-se.

- Há uma única hipótese plausível a meu ver. - Disse Pan. - O seu contratante queria o garoto vivo. Para executar alguém, eu não acredito que Divino contrataria um mercenário. Ele tem seus próprios lacaios.

- Eu me encontraria com ele na capital, em três dias.

- E como convenceu o garoto? - Ela perguntou.

- Ele veio por livre e espontânea vontade.

- Eu acredito que esse garoto possa ser a peça chave para algo muito importante. Algo está para acontecer. E precisamos protegê-lo. Trata-se não apenas da vida dele, mas sim de toda a humanidade.

- Eu sei quem é seu contratante. - Exclamou Rike. - O conde Titus.

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Capítulo 9:

O tempo estava fechado e o céu cinza preparava uma tempestade. A caravana estava a poucas horas da cidade de Garu, os campos outrora verdejantes agora estavam destruídos por pragas. O bardo e seu misterioso acompanhante encapuzado ao longe viram um pequeno grupo se aproximando na estrada. Vinham rápido, em cavalos e não usavam o uniforme do exército.
“Apenas viajantes” pensou a maioria, mas estavam errados.
Ao se aproximar da caravana eles sacaram espadas e lanças, e avançaram para completar a chacina. Seu número era reduzido, mas os cavalos e as lanças deram vantagem sobre os seguranças dos mercadores.
O bardo observava tudo de longe. Escondido dentro da floresta que agora mais parecia um pântano com sua vida destruída.
Os homens vasculhavam as carroças procurando por algo, mas aparentemente nada acharam, não estavam interessados no dinheiro e era isso que ele temia.
Um que usava uma armadura completa, talvez o líder, identificou pegadas seguindo para a mata e com um gesto de mão ordenou que os subordinados avançassem.
Continuaram procurando e se separaram, adentrando a densa vegetação.
Um dos homens seguia lentamente um rastro, tentando ao máximo ser silencioso, mas sua furtividade era deficiente e ele pisou em um graveto quebrando-o e emitindo um som denunciador. Ficou alerta por um momento, com a espada em punho pronto para atacar.
Deu-se conta que o rastro terminava e quando percebeu o perigo já era tarde demais. Olhara para todos os lados, mas não para cima.
A caça aterrissou com o pé na cabeça do caçador, nocauteando- o imediatamente. O bardo era leve, mas a queda da árvore alta potencializou o ataque.
O barulho, porém alertou dois outros que rondavam por perto. Eles se aproximaram correndo, deixando a furtividade de lado e viram o companheiro desfalecido.
O bardo estava escondido atrás da grande árvore, a mesma que ele se jogara, e não teve tempo de escalar novamente. A árvore estava morta e podre, repleta de fungos.
Aqueles homens eram mercenários como ele, deduziu, mas a julgar pela falta de perícia, todos novatos. Provavelmente descobriram a sua missão e alguém queria impedir que se concluísse. Já esperava por isso, mas sentiu-se ofendido por ter sido tão subestimado.
Sacou uma faca de cada bota, precisava agir antes que seus oponentes.
Então saiu rapidamente da sombra da árvore, surpreendendo os inimigos. Um deles desajeitado sacou uma corneta para soar um alarme, porém foi interrompido pela faca que arremessada, cortou o ar rapidamente e dilacerou sua garganta, levando-o ao chão estrebuchando e sufocando no próprio sangue. Com a mão ele tentava inutilmente estancar o sangramento. O outro projétil, portanto, arremessado com a mão inábil não teve tanto sucesso, passando longe do alvo e cravando sua lâmina em uma árvore.
Agora era um contra um e o bardo correu em direção ao perigo, e seus longos cabelos negros esvoaçaram.
O jovem mercenário ainda surpreendido desconsiderou o escudo de madeira frente o inimigo desarmado, assumindo uma postura mais ofensiva firmou os dois pés separados no chão, segurou a lança com as duas mãos e na hora certa, impulsionou o corpo para frente, empurrando a lâmina contra o peito desprotegido do atacante.
No último momento o bardo saltou para a direita e girou o tronco de lado, desviando da ponta da lança longa, seu corpo esguio era ágil e aerodinâmico, facilitando a movimentação, porém o peso leve o botava em desvantagem em combate físico, onde a força bruta faz a diferença. Por isso, aproveitou-se da velocidade da investida e arremessou-se com o ombro contra o rival.
Ambos caíram no chão e, ao tentar imobilizar o oponente, o bardo percebeu que este estava desacordado, batera com a cabeça em uma pedra.
O bardo levantou-se, pegou as facas e aguardou, pensou que o barulho do combate atrairia os outros, mas não foi o que ocorreu, eles deviam estar longe dali.
Uma ventania soprou agitando seus cabelos compridos e um trovão rasgou ferozmente o céu.

Não tão longe, dois amigos também estavam na floresta, um deles estava aliviando as suas necessidades naturais e o outro aguardava, conversando.
- É bom você ir rápido com isso ai Derf! Vamos acabar ficando para trás. - Falou o magro e alto, com cabelos negros e curtos. Tinha roupas bem feitas e cabelos bem cortados, era um dos mercadores que acompanhavam a caravana.
- É que estou com excesso de filtração em meus túbulos nefrônicos, e consequentemente grande acúmulo de urina em minha bexiga. - Respondeu o outro, que era mais moreno e gordo.
- Pelos deuses homem! Parece uma cachoeira.
- Isso não é nada meu caro Saul. Eu conheci um capitão de Oir que defecou uma bola de fezes do tamanho de uma cabeça humana.
- Deixa de ser mentiroso.
- É verdade! Pode perguntar para a minha esposa.
- Então ta... Se um dia eu encontrá-la. O que acha dessa floresta? - Desconversou.
- Muito estranha a situação da flora local. Está tudo destruído. Não parece nada de ordem natural que eu já tenha visto.
- Eu sei que ela me dá arrepios. Vamos sair logo daqui. E feche direito essas calças.
A chuva começou a cair pesada.

Outros cinco homens armados ainda buscavam na mata avançando lentamente em grupo, e avistaram encostado em uma árvore uma viola, era bonita e bem acabada, tinha o braço longo e na sua ponta um enfeite dourado em forma de lua. Logo em seguida em uma clareira avistaram uma pessoa caída, de porte físico baixo, o corpo coberto por inteiro pela capa marrom. Aquele possivelmente era o alvo. Um deles que usava uma lança aproximou-se e espetou o corpo, fazendo o sangue jorrar pelo chão. Puxou a lança e tirou a túnica do cadáver e percebeu que era um deles, o mais jovem. Era uma armadilha.
Uma lança voou entre as gotas da densa chuva, atingindo as costas de um homem. Dessa vez o bardo não arriscou o segundo arremesso e avançou furtivo, porém rápido. Seus movimentos foram cobertos pelo barulho da chuva para atingir com a faca a garganta de um deles.
Correu em meio às arvores até encontrar seu violão, escondido entre raízes podres. Os três que o seguiam de perto sacaram suas espadas.
O mais estranho é que mesmo acuado aquele homem não demonstrava medo; seu rosto tinha um sorriso sarcástico estampado. Começou a tocar seu instrumento, uma música rápida e agressiva. Segurou com uma das mãos o braço do violão e com a outra puxou um suporte metálico prateado, um bonito enfeite, trazendo a tona uma brilhante lâmina, escondida no longo braço de madeira.
O enfeite segurado era na verdade o guarda-mão da arma e dela surgia uma lâmina fina e longa.
Jogando o violão de lado manteve a rapieira em punho.
Um dos homens correu brandindo a espada, mas com um movimento simples e rápido o bardo decepou-lhe o braço. Sua arma era longa e rápida.
O homem caiu ao chão e rapidamente a lama tornou-se escarlate.
Os outros dois também partiram para o ataque, mas novamente foram facilmente neutralizados.
O bardo aparou o primeiro ataque desferido na horizontal com a rapieira, aproveitando a deixa para estocar o inimigo na barriga e girar a lâmina. Enquanto isso o outro avançando pelo seu flanco direito preparou um golpe horizontal mirando a nuca. O bardo agachou-se, fazendo a espada zunir sobre a sua cabeça. Com o punho fechado desferiu um soco na virilha do inimigo, fazendo-o se curvar de dor antes de ser atingido por um chute na face, nocauteando-o imediatamente e jogando dentes e sangue ao ar.
- Mate-me logo! Por favor! - Implorava o homem sem braço.
- Como quiser. - O bardo pegou o braço do homem e forçou a mão a largar a espada, com a sua própria arma separou a cabeça do corpo findando seu sofrimento.
Tirou a sua rapieira do corpo do inimigo e quando ia pegar o violão avistou o líder dos inimigos.
- Demorou a aparecer. Pensei que fosse ter que matar todos os seus capangas. - O Bardo disse, enquanto limpava a lâmina em um pano.
O homem usava uma armadura de placas pesada e prateada com alguns detalhes dourados, o elmo era em forma de uma cabeça de porco selvagem, com presas surgindo das bochechas e o rosto coberto por uma máscara que possuía buracos apenas para os olhos de pupilas vermelhas. Haviam poucos pontos desprotegidos. Em seu cinto estava pendurada uma espada longa, de punho dourado, guardada em uma bainha negra, também com detalhes dourados.
Sacou a espada, revelando a lâmina também dourada e brilhante. E correu ferozmente em direção ao bardo. Era impressionante que alguém corresse aquela velocidade com aquela armadura tão pesada. Segurando a espada com as duas mãos desferiu um violento golpe vertical, porém a espada não atingiu nada mais que algumas raízes e lama, pois o bardo conseguiu desviar o ataque a tempo e contra-atacar com a sua espada fina, mirando o pescoço do inimigo, porém o golpe foi interceptado pela manopla prateada do inimigo. O choque violento fez a lâmina trincar-se. O bardo rapidamente pisou com os dois pés na densa placa que protegia o tronco e empurrou, projetando-se para trás e evitando o segundo golpe do cavaleiro que agora levantou a espada rapidamente com a outra mão, fazendo a lama subir.
O bardo sabia que se as espadas se chocassem a dele levaria desvantagem então continuou esquivando e aparando os violentos golpes de seu inimigo procurando um ponto fraco, uma abertura para um golpe definitivo.
O rival entretando, era ágil o suficiente mesmo com a armadura pesada para dificultar o contra-ataque e atacava com fúria sem se preocupar com a defesa, talvez estivesse confiante demais na armadura. Ou talvez no ataque da sua espada, uma arma obviamente fora do comum.
Arriscou mais um choque entre as espadas, segurando a sua rapieira com as duas mãos.
Sua lâmina quebrou-se em duas, porém mesmo com isso aparou mais um ataque, deslizando a lâmina, até que a espada dourada encontrasse o bonito guarda-mão de sua rapieira. O guerreiro frenético girou rapidamente a espada fazendo um círculo com a lâmina dourada arrancando os frangalhos de rapieira das mãos do bardo.
Desarmado, o bardo não viu alternativa se não correr, mas nunca fugir.
Enquanto era seguido de perto pelos estalos da barulhenta armadura ele se abaixou pegando um pedaço de madeira, correu em direção a uma árvore subindo em passos rápidos e pulou, impulsionando-se por cima de seu oponente.
Dando um giro no ar, pousou atrás do seu inimigo. Ao virar-se antes que pudesse preparar o golpe foi atingido por um violento golpe com a tora.
O golpe foi forte o suficiente para quebrar o pescoço de qualquer pessoa normal, porém nem ao chão ele foi, teve apenas a sua máscara completamente amassada.
O bardo estava chocado com a resistência do inimigo foi atingido com o pomo dourado da espada, caindo desorientado no chão.
Ele apontou a lâmina dourada em direção ao pescoço do bardo e levou a mão ao rosto, e removeu a máscara, revelando o rosto completamente deformado, a pele pútrefa repleta de equimoses e feridas abertas da onde brotava sangue e pus.
- Quem diabos é você? - Perguntou ao seu carrasco.
- Eu sou a Peste!
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Capítulo 8:

A sala estava escura, iluminada apenas por uma fina chama que saia de uma bonita lâmpada de prata. A chama foi apagada por um leve sopro, deixando a sala cair na escuridão da noite.
Alguns momentos depois, as inscrições do circulo místico desenhado no chão começaram a se iluminar, revelando a silhueta feminina que aguardava a visita espiritual. Era magra e seu cabelo escuro e curto estava coberto pelo capuz roxo da veste simples. De seu pescoço pendia um cordão com um símbolo místico. A blusa deixava os braços à mostra repletos de pulseiras, braceletes e anéis. Usava uma saia negra comprida até o pé descalço. Sentiu a presença se aproximando, era poderosa e imponente. Os gatos se assustaram e fugiram correndo do local.
Do círculo saiu uma mão translúcida, que como se apoiando no chão puxou o resto do espírito para fora. O espírito era grande e precisou ficar sentado para que sua cabeça intangível não varasse o teto. Ainda assim era mais alto que a garota. Exibia uma longa barba trançada e sua aparência era de um homem que não havia vivido mais que trinta invernos, porém a expressão era sábia, como se vivesse uma eternidade completa.
- Primeiro Mestre. - A moça o cumprimentou fazendo uma reverência.
- Não é qualquer um que tem poder e conhecimento suficiente para me evocar. - Falou com a voz potente e serena. - Principalmente nos dias de hoje. Quem me chama?
- Meu nome é Pan. - Respondeu a garota.
- E por que me chama pequena Pan? - Falou analisando o circulo desenhado.
- Eu preciso da sua ajuda e do seu conselho. - Falou tentando não se mostrar intimidada.
- As pessoas costumavam me pedir conselhos, mas há muito não o fazem. - O gigante estendeu a mão que não foi barrada como ele imaginava. - Você não fez nenhum feitiço de restrição.
- Para você não há necessidade disso. Sei que você é justo.
- Cada vez mais criaturas estão passando para o universo dos homens. - Demonstrou estar a par da situação.
- É exatamente o que me preocupa.
- Isso era inevitável desde o início. Eu os avisei.
- Como fazemos para interromper isso?
- Interromper? E por que deseja interromper o curso natural das coisas?
- O curso natural é os monstros ficarem apenas na nossa imaginação.
- Esse universo já foi uno em sua primeira era. Humanos, Orcs, Elfos, dragões e uma grande quantidade de criaturas conviviam. Esse convívio nunca foi harmonioso, mas foi como deveria ser. Os humanos tornaram-se mestres na magia e baniram as criaturas. As poucas que sobraram após o grande esforço foram caçados.
- Essa não é a versão da história que nos é contada.
- Esse mundo era tão das criaturas quanto nosso. E cada vez mais o feitiço vai enfraquecendo. Uma nova era está para surgir.
- Há um homem que anseia por esse momento.
- O que se diz Divino. Ele quer reunir poder para comandar todas as criaturas. Tudo que ele deseja é poder. Mas ele é a menor das minhas preocupações. Quando o lacre se romper, os universos se fundirão novamente. E haverá uma grande guerra.
- Os humanos mal conseguem conviver entre si, como poderíamos travar uma guerra contra todas as criaturas?
- Há uma única chance, se os humanos se unirem perante o inimigo comum. Mas, se Divino assumir o poder ele instaurará um reino de caos e esse plano estará perdido.
- As profecias falam de um escolhido, que unificará todo o mundo e nos salvará.
- Se você quer meu conselho, o melhor a ser feito e abraçar essa nova união dos planos. Divino não pode triunfar e reze aos seus deuses para que realmente surja um escolhido.

O bardo subiu em uma pedra alta para olhar a planície, ao longe viu a cidade de Garu, sua cidade natal. A cidade era grande e possuía uma economia desenvolvida ao ponto de rivalizar com a própria capital.
No que diz respeito a belezas naturais, os domínios de Oir sempre venceram o Reino da Chuva, apresentando vales verdejantes, grandes florestas, praias e cachoeiras, ao passo que o Reino da Chuva era maior física e economicamente. Mas aquela visão era muito pior do que o esperado: Os pastos estavam destruídos por insetos e repleto de animais mortos. O céu estava infestado por aves de rapina.
Aquele era o destino da caravana, mas não o dele. Ele ainda tinha uma missão a cumprir.

- Chamou por mim majestade? - Apresentou-se um jovem entrando pela bonita porta.
- Sim. Rike, meu jovem. Entre por favor! - Disse o homem abatido deitado em uma grande e confortável cama e fez um sinal e os súditos deixaram o aposento. O cômodo era grande e luxuoso. Haviam inúmeras peças de ouro, pinturas raras e bonitas armas ornamentadas.
O rei mostrou-se pensativo por um momento e começou a gargalhar um riso estranho até que fossem interrompidos por uma compulsiva tosse.
- É engraçado - disse recompondo-se - Você é o único que eu realmente posso confiar. -Tossiu novamente, cuspindo sangue em um lenço branco.
- O senhor está bem? - O jovem preocupou-se.
- Nada bem. Os médicos acham que me enganam, mas eu sei muito bem que estou em meus dias finais.
- Eles são os especialistas, deveria confiar mais em seus diagnósticos.
- Eles botam a culpa nas minhas noites de bebedeira. E qual o médico que quer dizer para um jovem rei “Desculpe senhor, mas o senhor vai morrer. Não sabemos por que e não há nada que possamos fazer”?
- Eu falaria senhor.
- Por isso tem minha confiança, mas infelizmente, ou felizmente, você não é médico, e sim um guerreiro. E não posso dizer que seu trabalho seja mal executado.
- Só faço o meu dever majestade.
- Diga-me Rike, eu fui um bom rei?
- Você é o melhor de todos. - Bajulou, mas havia sinceridade em suas palavras.
- Não seja estúpido, você não conhece todos os reis do mundo.
- Mas tenho certeza que é.
- Eu vou morrer Rike e mesmo tendo sido um bom rei não agradei a todos. Sei que muitos vão ficar felizes com a minha morte. Meu filho anseia pelo poder, e tenho medo que ele se corrompa, ele é altamente influenciado pela podridão da nobreza, mas infelizmente eu não posso tirar os seus poderes. Mas posso dar poderes e é o que eu vou fazer.Você será nomeado Sir Rike e receberá o título de primeiro conselheiro. E por favor, me prometa que não deixará que o futuro rei faça besteira.
Rike não tinha ação. Estava sendo bombardeado de pensamentos, não acreditava no que estava ouvindo apenas gaguejou algumas sílabas e foi interrompido pelo rei.
- Se assim você quiser é claro.
- Claro que aceito senhor. É uma grande honra para mim. - Falou já se ajoelhando.
- Ótimo! - O rei deu outra risada estranha - Mas primeiro precisamos de um mestre da lei. Vá buscar o escrivão. Aquele almofadinha que fala muito. E traga-me também alguma bebida pelo deus dos trovões!
O nobre cavaleiro saiu correndo do quarto, era o dia mais feliz da sua vida. Mas ele jamais voltaria a ver o rei. O jovem não estava habituado com o enorme castelo e acabou se perdendo no caminho, entrando em corredores desconhecidos. Até que em um deles viu o príncipe caminhando, de costas reconheceu pelo seu curto cabelo loiro com o fino arco de prata, cravejado com diamantes. Conversava com um nobre, conhecido como Artis. O cavaleiro se aproximou para pedir ajuda, mas ao se aproximar ouviu a conversa.
- O rei está prestes a morrer príncipe Nän - Dizia o moreno nobre - em breve teremos o controle em nossas mãos.
“Nossas?” Pensou Rike.
O príncipe entrou em um cômodo e antes de entrar o nobre olhou para o corredor e nada viu, certificando-se que não estavam sendo seguidos. Rike escondera-se atrás de uma grande estante.
- Vamos logo Artis! - Ouviu a voz do príncipe - Não se preocupe, esses lados do castelo estão livres de empregados. Venha, o mestre nos aguarda.
Rike gelara. Curioso como era aproximou-se divagar. A porta estava entreaberta e olhando pela fresta nada viu ou ouviu. Abriu a porta devagar, provocando um pequeno ruído proveniente das dobradiças. Não tinha nada no cômodo exceto um arco de onde uma escada descia por um estreito corredor e ele avançou furtivo, agradeceu aos deuses por não ter vindo com a sua pesada armadura.
Desceu a escada e chegou a outro cômodo, aonde os dois conversavam, olhando em direção a um grande espelho. Havia mais um homem calado, com o olhar duro, pele morena e um cavanhaque. Rike não o reconheceu, mas viu que carregava duas facas presas ao cinto. O homem era relativamente baixo, mas Rike sentiu algo estranho, que o intimidava.
- Uma fonte segura nos informou que há uma conspiração surgindo. - Disse Artis.
- Eles nada podem fazer contra mim.
- Desde que o rei adoeceu você assumiu com o punho de ferro Nän, o povo não gosta disso. Muito menos os malditos idealistas. Quando você assumir a coroa eles tentarão de qualquer forma derrubá-lo.
- Aposto que o maldito Conde Titus de Garu está por trás disso. Maldito revolucionário. - Amaldiçoou o príncipe.
- Ele era um grande amigo do seu pai.
- Será que ele desconfia de algo?
- Não importa, se ele pensar em ameaçar nossos planos nós pegamos ele e a irmã.
Rike suava frio. - Ramy! - Deixou escapar um sussurro.
- Por hora devemos nos focar no rei. Está na hora dele encontrar a morte. - Escutou uma terceira voz como se fosse o som do próprio inferno.
Rike virou-se rapidamente impelido a fugir do local e avisar o rei, mas foi tomado pelo terror da visão. Surgindo como que em uma névoa na escadaria, aglomerou-se formando uma túnica negra que deixava apenas um rosto acinzentado e deformado à vista.
Rike foi arremessado por metros e ao chocar-se contra o chão no meio do aposento causando um susto nos presentes, o vulto negro já estava ao seu lado como se estivesse deslizando no ar.
- Veja só se não é o grande cavaleiro. - Disse o príncipe.
Rike ainda estava atordoado pelo golpe e o homem calado aproximou-se, sacando uma faca e preparou o golpe de misericórdia. Mas foi interrompido pela voz demoníaca.
- Calma. Esse guerreiro nos apareceu na hora certa.
Voltando-se para o espelho, Rike viu o reflexo de uma criança com longos cabelos dourados.
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Capítulo 7:

Ela tinha a pela clara, como se não visse o sol há muito, seu rosto era uma beleza exótica, com traços diferentes do comum. Vestia-se com uma roupa diferente também que lembrava os trajes da marinha de Oir, branca e vermelha. Abaixo do decote que exibia parte dos seios pendia um grande laço e por cima do cabelo preto havia uma fina tiara dourada.
- O que aconteceu com ele? - Ela perguntou em sotaque diferente do de Bella com uma calma impressionante na voz.
- Nós também não sabemos. - Lwj’zah respondeu. - Parece envenenamento, mas é diferente de tudo que eu já vi.
- Passamos por uma caverna onde enfrentamos um dragão. - Rapir tentou impressionar as garotas. - Pode ter sido isso talvez.
A mulher reparou na grande placa ogival brilhante que Syad levava.
- Bafo de dragão. - Deduziu. - Vocês entraram na gruta do dragão? - A voz dela começou a perder a calma.
- Sim. Uma grande caverna. - Code confessou.
- E tiraram o meu lacre?
- Eu o tirei. - O Herege interveio.
- E quem mandou vocês fazerem isso? - A voz dela explodiu em agressão. - Vai dar trabalho fazer o feitiço novamente.
- Não foi muito difícil tirá-lo. - O Herege zombou mantendo a calma e o tom irônico.
- Não é hora para brigas. - Rapir interveio firme. - Será que você pode nos ajudar? - Dirigiu-se à ela com delicadeza.
- Duvido que possa ajudar. - O Herege resmungou baixo.
- Vou ajudar o seu amigo. - Aceitou a provocação. - Foi sorte vocês terem me encontrado. Mais algumas horas ele estaria perdido e o senhor mago assistiria a morte dele sem poder fazer nada. O tratamento total para retirar completamente a toxina é demorado.
No jardim da grande casa, os cinco debatiam enquanto já começava a escurecer.
- Temos que seguir viagem. Nós já estamos atrasados. - O Herege argumentou.
- E deixar ele na mão de estranhos? - Perguntou Code.
- Elas parecem confiáveis. - Disse Rapir.
- Eu confio mais nelas do que no próprio Rato. - Constatou Syad.
- Eu não confio nela. - Disse o Herege.
- Ainda temos que pegar a carroça. - Lembrou Syad.
- Pelos Deuses. - Code disse. - Tinha esquecido a maldita carroça.
- Vamos seguir viagem. E depois voltamos para buscá-lo. Não podemos ficar esperando aqui. - Ultimou Lwj’zah.

Bella os levou de volta para os portões da cidade. No caminho explicou rapidamente que Andoresa veio de além-mar, do oriente junto com a sua prima. As duas sabiam os mistérios da magia, mas a prima se corrompeu e caiu em uma maldição que a transformou num terrível demônio. Herege nada disse, mas já conhecia a história.
Ao chegar ao portão, devolveu as duas peças de prata para Syad, afirmando que o chapéu era um presente. E assim eles partiram, deixando mais uma cidade e dessa vez um companheiro para trás.
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