
Por Deco:
Embora a Pixar seja uma produtora que cada vez faz mais sucesso de público e crítica eu sou oldschool e o meu filme favorito sempre foi o primeiro. Toy Story fez parte da minha vida e foi especial pra qualquer criança dos anos 90.
Para o cinema o filme também foi importantíssimo por ser um divisor de águas entre as animações e a computação gráfica.
Contudo confesso que fiquei muito receoso ao ver que haveria um terceiro episódio da franquia, após tanto tempo. Subestimei a grande Pixar e me arrependo amargamente.
O filme é maravilhoso, seguindo o padrão de qualidade da Pixar, mas é ainda mais do que isso:
O que torna o filme mágico é a oportunidade de rever os personagens tão queridos.
O filme concretiza a ideia já levantada pelo Pete Fedido no segundo filme, agora Andy vai pra faculdade e os brinquedos já nem são mais usados e fica clara a decepção dos mesmos, beirando até mesmo uma depressão quando eles elaboram todo um plano só pra ter a atenção do dono, que agora nem liga mais.
Os brinquedos acabam parando numa creche e lá encontram vários novos desafios e aventuras.
Se muitos como eu vão sentir da falta de velhos personagens, eles simplesmente “ficaram pelo caminho”, os personagens novos também não fazem feio e tem muito a somar na aventura. Ken por exemplo é um excelente trunfo cômico, levando o espectador a gargalhadas em praticamente todas as suas aparições.
Mas o destaque mesmo fica por conta dos protagonistas. Woody e Buzz mostram o que consagrou Toy Story com uma “química” perfeita, a temática de amizade e um timing cômico perfeito.
O roteiro do filme (que homenageia a própria franquia e vários outros temas como o Western e até mesmo os filmes de máfia) é muito bem escrito e todas as reviravoltas são muito bem amarradas e as motivações dos personagens sempre bem fundadas e em momento algum são questionadas.
Se você é daqueles que acham o 3D desnecessário e não faz questão da tecnologia, informo que embora o 3D seja bem feito, Toy Story não é um show off de 3D cheio de objetos voando na direção da plateia, empregando o 3D da forma mais discreta, apenas dando a devida noção de profundidade. Mas pra quem gosta de 3D o valor maior do ingresso vale a pena pelo curta exibido antes do filme, outra ideia de praxe da Pixar.
Dia e Noite é mais uma inovação do estúdio e é o primeiro filme a empregar o 3D de maneira inteligente e realmente necessária.
E como se isso não bastasse o filme é um colírio pros olhos com uma sucessão de lindas tomadas. Eu costumo dizer que a maior prova que o filme é bom é quando você não consegue escolher a melhor cena e, de fato, Toy Story é um filme grandioso.
É impossível, por exemplo, não esboçar um sorriso idiota com a primeira cena do longa aonde revemos, sob outro ponto de vista, uma cena do primeiro filme.
E tão bonita quanto essa são inúmeras outras até a belíssima cena final, mostrando o céu cheio de nuvens, uma clara alusão ao papel de parede do quarto de Andy que delineava o limite da vida dos bonecos. Agora pra eles o céu é o limite. O infinito e além!
Parabéns, mais uma vez, e muito obrigado Pixar!
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Por Dias:
Em 1995, ano em que a Pixar se mostrava para o mundo, eu tinha 7 anos. Era uma criança habituada a assistir desenhos animados tradicionais, por isso, quando vi Toy Story pela primeira vez era de se esperar que eu estranhasse seus gráficos gerados por computador. Que nada! Tudo o que eu vi foi um filme adorável onde os brinquedos do quarto do menino Andy ganhavam vida e o cowboy Woody (Tom Hanks)
tinha que lidar com seu ciúme do novo em folha Buzz Lightyear (Tim Allen) que, por sua vez, teria que cair na real de que era apenas um brinquedo e não um agente interespacial de verdade. Personagens que se tornaram instantaneamente icônicos. Um filme que se tornou instantaneamente um clássico. Fez história não apenas por sua revolução na animação (que também é importantíssima), mas pela sua própria qualidade.
Quatro anos depois, em 1999, eu já era um pré-adolescente de 11 anos quando novamente tornei a ver Woody e Buzz. E que prazer era constatar que Toy Story 2 era uma sequência maravilhosa que alçava contornos dramáticos maiores ao sugerir a idéia de que Andy estava crescendo. Conceito este que é desenvolvido por este terceiro Toy Story. E que catarse maravilhosa é perceber que eu, hoje com 21 anos, cresci junto com Andy. A trilogia Toy Story conclui seu arco dramático aqui de maneira sublime trazendo a linda mensagem sobre a dificuldade de crescer e deixar para trás essa fase maravilhosa da vida que é a infância.
Andy cresceu. Está indo para a faculdade dentro de uma semana. Já nem brinca mais com seus velhos brinquedos que, desesperados, chegam a fazer planos mirabolantes apenas para atrair a atenção do seu dono. O que fazer agora? Ir para o sótão? Serem doados? Ou será que o destino de Woddy, Buzz e cia será o lixo? Se antes o quarto do menino oferecia várias oportunidades para inclusão de personagens novos, hoje os brinquedos são substituídos por posteres, uma guitarra e um notebook, e as ausências de antigos companheiros se faz sentida. Indo parar por engano numa caixa de doações para uma creche, os brinquedos agora tem que arrumar uma forma de se libertar.
A enorme sensibilidade da Pixar dispensa apresentações. O filme já abre de forma comovente, revisitando antigas brincadeiras em momentos marcantes de "imagens de arquivo". Essa abertura é essencial para estabelecer a importância que é para Woody ser um "brinquedo de Andy". E se tudo o que importa para Buzz é "todos permanecerem juntos", a verdade é que a vida nova na creche não parece a primeira vista tão ruim para o segundo quanto é para o primeiro. E se o perfeccionismo técnico dos produtores do longa se revela crucial em passagens como quando Woody expressa sua alegria em poder brincar de novo, ou quando a pequena Boonie fica tímida junto à presença de outras pessoas, Toy story 3 também revela o quanto a técnica de animação computadorizada evoluiu em 15 anos, em comparação com os primeiros filmes da franquia.
Mas não pense você que o filme seja melancolia do início ao fim. Como todo exemplar digno de Toy Story, o clima de aventura e bom humor marcam presença neste longa. Além das piadas sempre eficazes dos marcantes coadjuvantes Rex, Slinky e do Senhor e Senhora Cabeça de Batata, o filme ainda arruma uma maneira incrivelmente orgânica de ressucitar a ótima sacada de fazer Buzz acreditar que é um agente interespacial (o clima de romance entre ele e a obstinada Jessy é muito legal). Mas o destaque fica mesmo para o boneco Ken e seu... ehr, metrossexualismo.
O andamento da história revela-se impecável do início ao fim. E devo confessar que a soberba sequência final me fez chorar de nostalgia. Ali o filme revela toda a grandeza de sua mensagem. E é incrível perceber que Andy não tem um só diálogo onde ele expressa abertamente o quanto seus antigos brinquedos lhe são caros, mas mesmo assim fica tão claro e transparente tudo o que aquilo envolvia.
Não era apenas Andy que estava ali, lamentando não ser mais criança.
Obrigado, Pixar.
7 comentários:
Bom, realmente não vi ainda. Mas gostaria de ver. Só que, lendo esse review, seria então bem legal eu assistir novamente aos outros 2, senão não vou pegar essas alusões. Toy Story não fez tanta marca em minha vida quanto você diz ter feito na sua, mas eu gostava, sim.
E parabéns pelo Bodega. Qualquer dia apareço de novo pra beber com vocês! E com um microfone melhor!
Acabei de vir do cinema. Chorei muito no final. Como é difícil crescer.
Filme magnífico, não menos que magnífico. Comovente, emocionante.
Toca lá no fundo da alma.
E eu nem chorei ! iuahaoiuhaoiauh
mas fiquei naquele mimimimimi :~~
o filme é realmente fantástico!
e o Buzz é o cara HAHAHAHAHAHAHA /fato
Cara, eu chorei litros... como nunca havia chorado com filmes. E tentando segurar pra não ser zoado pelo meu irmão, mas não teve como... Andy falando dos brinquedos um a um foi assim, emocionante demais...
E um adendo que eu faço aqui. Não sei se vcs viram dublado, mas a dublagem continua sensacional. Mantiveram os dubladores e passaram muita emoção.
Sim! Guilherme Briggs botou pra f!
Chorei qdo eles iam "morrer" e na cena final tb. Vi em 3D dublado, sinceramente só uma plavra pra definir: "GRANDIOSO".
Como todos os filmes da série, leva um pouco se suspense no final. Só que nesse foi de mais. Mas como nunca, os caras mandaram muito bem na hora do Andy se despedir dos bonecos, fazendo derramar muuuuuuitaaaas lagrimas de varias pessoas.Não chorei, mas foi quase.
Filme Maravilhoso. Nota 1000.
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