sexta-feira, 2 de julho de 2010

Fliperama - Análise - Alan Wake


Alan Wake é um retorno triunfal do gênero survival horror, que se tornou popular com o grande sucesso de Resident Evil no Playstation. Mesmo com a grande franquia da Capcom correndo para um "survival shooter", esse jogo mostra que o consagrado gênero tem muito gás ainda.

O jogo conta a história de um escritor famoso do gênero "thriller", porém desde seu último lançamento não consegue escrever mais nenhuma página. Numa tentativa de fugir da pressão por uma nova obra, Wake e sua esposa visitam a bela cidade de Bright Falls, uma cidade cercada de montanhas, e com a tranquilidade de toda pequena cidade, que aliás é um espetaculo visual à parte. Porém algo sombrio reside na pacata cidade...

De cara o jogador se encontra cativado pelo personagem. Talvez pela competente narração do próprio personagem e um belo trabalho de dublagem, é impossível não simpatizar pelo estressado autor que precisa de umas férias. Muitas vezes a história remonta passagens anteriores à viagem, consolidando o personagem e sua relação com sua mulher Alice, e seu agente Barry. Barry, que é um grande alívio cômico do jogo, contrasta bastante com o caráter corajoso de Wake, tornando um aliado muito divertido.

No início Wake e sua mulher chegam à sua cabana, alugada pelo casal. Depois de um curto e deixando ambos na escuridão, grande fobia de Alice, sua mulher acaba sugada pela "presença sombria" sabe-se lá pra onde. Ao ir atrás dela Alan aparece num acidente de carro, tendo perdido uma semana inteira de memória. Correndo contra o tempo, ele ainda encontra páginas de uma história assinada por ele próprio, com o título que tinha reservado pra sua próxima obra, contando cada acontecimento como se ele mesmo estivesse num de seus terríveis contos. E isso é só o começo.

Muitas fobias infantis surgem no game, como pesadelos e em especial, o escuro. É inevitável ficar olhando para os lados o tempo todo, com seu campo de visão limitado à sua lanterna. A luz é sua maior arma contra a escuridão e as pessoas possuídas por ela, que aliada a um revólver ou escopeta se torna mortal. Limitado pelo nº de balas e de baterias para a lanterna, é bom caprichar na pontaria. Além destas armas, sinalizadores e granadas de luz salvam em um momento de aperto. 95% do game se passa durante à noite, então esqueça a luz do sol. E não pense em dar grandes saltos, acrobacias e golpes, Wake é um cara comum e com o fôlego de um fumante inveterado.

A trama é muito bem elaborada, te faz ficar em dúvida várias vezes se o personagem está numa situação impossível, ou apenas louco. É bem evidente a inspiração na série "Twilight Zone", da tv americana, inclusive com uso de um retrospecto rápido a cada passagem de capítulo, assim como as séries de mistério. Inclusive o jogador consegue assistir alguns episódios de uma série dentro do jogo, que é uma clara alusão à série de suspense.

No retrospecto geral é um ótimo game, com um toque sombrio sensacional. Desta vez a Microsoft conseguiu um exclusivo de peso. Peca na parte da ação, o combate é limitado e fica repetitivo mais para o final. Apesar disso o erro é minimizado pela baixa duração do game. Definitivamente vale a pena, e é essencial para os fãs do gênero.


Um autógrafo, Sr. Wake! Para o mural dos famosos do Bodega Nerd!


Cotação:

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