segunda-feira, 14 de junho de 2010

Corleone Pipoca's Bar - Em Cartaz - Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo



Eu não sou o tipo de nerd aficcionado em games. Jogo um ou outro. Fiz parte da geração que jogou Master System, Mega Drive, Super Nintendo, entre outros, e quando as coisas tomaram o rumo da tridimensionalidade e dos super gráficos tudo aquilo para mim começou a perder a graça. Assim, o que me vem à mente quando escuto falar do jogo Prince of Persia é aquele clássico pixelado que eu joguei na época em que vi um computador pela primeira vez na minha vida. Não sou então capaz de dizer se este longa da Disney é fiel à proposta do jogo em que foi inspirado. Tudo o que posso dizer é que se trata de uma aventura boba, descompromissada, esquecível... e tremendamente divertida.


Após auxiliar o exército da Pérsia a invadir uma sagrada cidade, o príncipe Dastan (Jake Gyllenhaal), filho adotivo do rei, é acusado injustamente de matar o seu pai. Fugindo com a bela princesa Tamina (Gemma Arterton), Dastan precisa agora buscar o auxílio do tio Nizam (Kingsley) para poder provar sua inocência. No meio do caminho, no entanto, ele acaba descobrindo a real motivação para a guerra: uma adaga mística capaz de fazer seu portador retroceder brevemente no tempo.

Não escondendo em momento nenhum as origens do filme, o diretor Mike Newel (Harry Potter e o Cálice de Fogo) investe em enquadramentos que remetem diretamente ao estilo dos jogos de aventura. Em determinada cena, por exemplo, a câmera viaja pelo cenário de maneira didática enquanto uma voz em off de determinado personagem explica a tarefa a ser cumprida a seguir. Da mesma maneira, a câmera lenta é empregada para ressaltar as habilidades do protagonista, trazidas à realidade pela ajuda do parkour. Talentoso também em ambientar corretamente a narrativa, o cineasta abre e encerra o longa com uma bela rima visual. E se os letreiros empregados nessas cenas parecem à primeira vista um recurso desnecessário, a verdade é que eles estabelecem um certo clima de "conto de mil e uma noites" que se revela acertado, sendo ajudados nesse sentido pela trilha sonora e pela fotografia do filme, que investe principalmente nas cores quentes do deserto.

Estabelecendo logo nas primeiras cenas a dinâmica entre a família real, o filme procura inicialmente estabelecer um equivocado suspense em torno dos acontecimentos que nunca funciona. Assim, quando o protagonista finalmente descobre a resposta, o impacto da revelação é nulo, já que é óbvio ao espectador desde o início quem seria o responsável pela coisa toda. Evocando um subtexto político desnecessário à leveza do filme, o roteiro ainda força a mão para ter um final feliz, como é de praxe em produções da Disney. Mas no geral o filme sobrevive graças ao divertido entrosamento entre os seus carismáticos personagens.

Favorecendo bem mais aos "mocinhos", o desempenho do elenco do filme pende do médio ao correto, não caindo em nenhum momento na canastrice ou no caricato. Jake Gyllenhaal mistura bem a malandragem de quem cresceu nas ruas com a nobreza de caráter de seu personagem (diversas vezes Dastan me lembrou Aladdin, protagonista do desenho clássico de 1992), enquanto Gemma Arterton confere à princesa Tamina uma personalidade arisca que faz a química romântica e as tiradas cômicas entre o casal funcionarem bem. Mas as melhores piadas do filme cabem ao hilário mercenário interpretado por Alfred Molina, que se revela o melhor elemento do filme. Já Ben Kingsley procura investir numa caracterização mais contida, sendo sabotado por seu pouco tempo em cena, enquanto Richard Coyle retrata bem o conflito de Tus e o inexpressivo Toby Kebbell acha que ficar emburrado o tempo todo dá algum peso dramático ao príncipe Garsiv.

Revelando-se como uma grata surpresa dentro de um gênero com obras tão medíocres, Príncipe da Pérsia pode até não ser memorável, mas definitivamente desperta uma ponta de esperança para as adaptações de games no cinema.



Saia da frente, esqueleto maldito, preciso chegar à Bodega Nerd!


Cotação:

1 comentários:

LubaLuba disse...

AAAAAAAAAAAHAHAHAHAHA EU TENHO PRICE OF PERSIA GRAVADO EM UM DISQUETE *old* oaiuhaoiuahoaiuhaoiauhoaiuh e eu me amarrava benhê !
concordo com vc em relação a esses jogos 3d. jogava mario quando era 2d, quando passou a ser todo afrescalhado eu ignorei e panz.

ahh todo mundo caiu de pau no jake viadinho, mas eu gostei o/ gostei bastante. mas acho que a mulherzinha podia ter sido comida por algumas cobras pq ela é muito chata. fikdik.